Família relata que quadro de Rafael, de 28 anos, permanece sem evolução após ingestão de gin contaminado com metanol
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Rafael Anjos Martins. Foto: Arquivo pessoal |
O jovem Rafael Anjos Martins, de 28 anos, continua internado em estado crítico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Osasco. Ele está em coma desde o dia 1º de setembro, após consumir gin comprado em uma adega na região de Cidade Dutra, Zona Sul da capital.
De acordo com a mãe, Helena Martins, que acompanha o filho diariamente, Rafael respira com ajuda de ventilação mecânica e não apresenta fluxo sanguíneo cerebral. “Não houve nenhuma alteração no quadro dele. Continua muito crítico. Eu ‘moro’ aqui com ele [hospital], e Rafael está muito instável. A união da família é o que nos mantém”, disse.
A suspeita é de que a bebida ingerida por ele e outros três amigos estivesse adulterada com metanol, substância altamente tóxica utilizada industrialmente em solventes. Quando ingerido, o produto pode causar cegueira, insuficiência pulmonar e renal, além de levar ao coma e à morte.
Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso. No local, foram apreendidas duas garrafas já consumidas e outras 14 ainda lacradas, que foram encaminhadas para perícia.
O auxiliar de produção Diogo Marques de Sousa, amigo de Rafael, também relatou ter passado mal após consumir o mesmo gin. “Eu acordei desesperado porque abri o olho e não estava enxergando nada, tudo preto e uma dor de cabeça muito forte”, contou em entrevista ao Fantástico.
Horas depois, Rafael e outra amiga também apresentaram sintomas como dor de cabeça intensa, confusão mental e problemas de visão. O jovem foi levado imediatamente ao hospital, onde passou por procedimentos para remover a toxina do sangue, mas os danos já haviam atingido o cérebro e o nervo óptico.
Um áudio enviado por Rafael a uma amiga, pouco antes de perder a consciência, revela os primeiros sinais da intoxicação: “Está tudo rodando, parece que estou com a pressão baixa, sei lá”.
Indignada, a mãe desabafou: “É um crime o que estão fazendo. Hoje é meu filho, amanhã não sei quem pode ser”.
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*Texto com informações do G1