Mortes por metanol levam governo de SP a criar gabinete de crise

Estado já registrou cinco mortes e 15 casos suspeitos; operações apreenderam 50 mil garrafas adulteradas e resultaram em prisões

Foto: Governo de SP

O Governo de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (30), a criação de um gabinete de crise e uma série de medidas emergenciais para combater os casos de intoxicação por metanol ligados ao consumo de bebidas adulteradas. A força-tarefa reúne as secretarias da Justiça, Saúde, Segurança Pública, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e a Prefeitura de São Paulo.

Entre as ações, estão a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos, a abertura de cinco inquéritos policiais, a prisão de dois suspeitos, a apreensão de 50 mil garrafas adulteradas e a identificação de 15 milhões de selos falsificados. O governador Tarcísio de Freitas detalhou as medidas após reunião técnica no Palácio dos Bandeirantes.

“Montamos um gabinete de crise para tratar da intoxicação por metanol. É um problema estrutural do Brasil. Temos cinco inquéritos abertos, operações frequentes e interdições de destilarias clandestinas. O objetivo é garantir a segurança do cidadão”, afirmou Tarcísio.

Principais medidas anunciadas

  • Gabinete de crise envolvendo secretarias estaduais e Prefeitura de São Paulo.
  • Interdição cautelar de comércios flagrados com venda de bebidas adulteradas.
  • Fortalecimento dos canais de denúncia: Disque 181 e site do Procon-SP.
  • Atendimento rápido na rede de saúde, com protocolos de diagnóstico e tratamento.
  • Alinhamento com bares e restaurantes para ampliar a fiscalização preventiva.

Situação em números

Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS), foram confirmados sete casos de intoxicação por metanol no estado. Outros 15 seguem em investigação e cinco óbitos estão relacionados — um confirmado na capital e quatro sob análise (três em São Paulo e um em São Bernardo do Campo). Quatro casos foram descartados.

Na capital, 112 garrafas de vodca adulterada foram apreendidas, incluindo 17 no bairro da Mooca. Quatro distribuidoras são investigadas pela Polícia Civil. Até setembro, já foram realizadas 43 mil fiscalizações em comércios em todo o estado.

Ações da Polícia Civil

Três departamentos da Polícia Civil participam das investigações, conduzidas pela Divisão de Crimes contra a Saúde Pública em parceria com a Secretaria da Fazenda. Segundo o delegado-geral Artur Dian, o foco é desarticular fábricas clandestinas que abastecem o mercado ilegal. Até o momento, não há indícios de envolvimento de facções criminosas.

Sintomas e riscos

A intoxicação por metanol é grave e pode levar à cegueira permanente ou até à morte. Os sintomas podem surgir em até seis horas após a ingestão e incluem:

  • Dor abdominal intensa, tontura, sonolência, confusão mental, náusea e vômitos;
  • Após 6h, visão turva, fotofobia, convulsões, coma e, nos casos mais graves, cegueira irreversível e insuficiência renal.

A Secretaria da Saúde alerta que o atendimento médico imediato, preferencialmente nas primeiras seis horas após os sintomas, é fundamental para evitar complicações. Hospitais em todo o estado já estão orientados sobre protocolos de diagnóstico e uso de antídotos.

Como denunciar

Casos suspeitos podem ser informados pelo Disque Denúncia 181, pelo site da Polícia Civil (webdenuncia.sp.gov.br) ou ao Procon-SP, pelo telefone 151 ou no portal www.procon.sp.gov.br.
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