Gerente de autoescola em Cotia aponta burocracia, critica Detran e afirma que alunos serão ressarcidos

Em entrevista ao Cotia e Cia, Sérgio Augusto, gerente da autoescola Cidade das Rosas, deu detalhes de como a burocracia do Detran mais a pandemia foram entraves ao procedimento dos serviços prestados pela empresa, que já acumula mais de dez processos na Justiça por problemas na emissão de carteiras de habilitação


Autoescola Cidade das Rosas. Foto: Neto Rossi / Cotia e Cia 


O gerente da autoescola Cidade das Rosas, localizada em Cotia, Sérgio Augusto, explicou os problemas envolvendo a empresa nesses últimos tempos.

Em entrevista ao Cotia e Cia, na tarde desta quinta-feira (7), Sérgio disse que a autoescola vem enfrentando burocracias impostas pelo Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran.SP), mas afirmou que todos os alunos que se sentiram lesados serão ressarcidos.

“O que nós estamos pedindo aos alunos que ainda estão pendentes é que tenham mais um pouquinho de paciência. Nós vamos reabrir a autoescola, fizemos um acordo com o proprietário [do imóvel], ele vai deixar a gente ficar lá até a gente, pelo menos, resolver esses problemas”, garantiu.

A autoescola acumula cerca de dez processos na Justiça, todos com a mesma denúncia: suspeita de aplicar golpes em alunos que contratam o serviço da empresa para tirar cartas de habilitação e não conseguem concluir o procedimento (leia aqui a reportagem completa). 

Mas Sérgio nega qualquer tipo de irregularidade por parte da empresa em que gerencia. Ele explica que a autoescola foi bloqueada administrativamente pelo Detran em razão da mudança de localização. Antes, ela estava situada próximo à Câmara de Cotia e hoje está na Avenida Antônio Mathias de Camargo, no centro.

Segundo o gerente da autoescola, falta apenas o Corpo de Bombeiros realizar a vistoria no imóvel para regularizar o alvará da empresa. “É o único documento que está faltando para o Detran poder liberar. O resto [da documentação] já está tudo pronto. Só estamos aguardando agora a vistoria dos bombeiros para liberar aqui o ponto.”

Sérgio explica que foram várias idas e vindas do Detran para tentar solucionar o problema com mais agilidade, mas quando começou a pandemia, a burocracia, que já é rotineira no departamento, ficou ainda pior. Além disso, com as restrições impostas pelo governo de São Paulo, a autoescola fechou as portas e a situação econômica se agravou ainda mais.

“Nós ficamos sem funcionários. Ficamos lá nove meses só com instrutores. Os únicos que nós seguramos foram os instrutores e eu, que estou lá sem receber. Mas como eu respondo pela autoescola, pela gerência, eu não posso abandonar o barco. A dona da autoescola tem 80 anos, ela não vai sentar atrás da mesa para resolver os problemas”, detalha.

Sérgio reafirmou que as devoluções do dinheiro, aos alunos que já efetuaram o pagamento de suas habilitações e não conseguiram concluir o procedimento, estão sendo feitas “em um ritmo maior”. “Sempre procuramos fazer essas devoluções através de transferências bancárias ou Pix, para ter um comprovante. Tem aluno que a gente pagou 100 ou 200 reais por semana, mas todos terminados. A quantidade de aluno hoje que tem pra receber é muito pequena.” O gerente ainda encaminhou ao Cotia e Cia comprovantes de pagamento feito para alunos.

Ainda sobre os processos contra a autoescola, Sérgio explica que alguns deles são de emissão de habilitação dos alunos que terminaram com as aulas e o Detran se recusou a fazer a emissão porque a autoescola estava bloqueada pela mudança de endereço. “Só que isso nós conseguimos reverter no Detran central, porque não tem cabimento a autoescola fechar e os alunos ficarem sem a carta. Não tem lógica”, disse.

“Eles [Detran] também davam aconselhamentos errados. Pediam aos alunos para procurarem outra autoescola, para pedirem transferência. Mas transferir o que, se a pessoa fez tudo que tinha que fazer [...] o nosso serviço é até o exame prático. A emissão de carteira é uma prerrogativa do Detran. Se a autoescola está com a porta fechada, o aluno vai lá [no Detran] e fala que quer tirar a carta [...] isso nós conseguimos reverter, porque eles estavam indicando para ir em outras autoescolas, mas e as autoescolas cobravam 500 reais só pra fazer a emissão da carteira, aí o aluno fica mais puto ainda”, conclui.

A reportagem do Cotia e Cia procurou o Detran desde a tarde desta quarta-feira (6) para dar explicações, mas até o presente momento, não obteve retorno.
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