Cotia é alvo de operação do Gaeco contra esquema de documentos falsos para reboques

Ação do Ministério Público e da Polícia Civil cumpre mandados e bloqueia bens milionários

Foto: Reprodução 

Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, em conjunto com a Polícia Civil, foi deflagrada nesta sexta-feira (19) para desarticular um esquema de emissão de documentos novos para reboques e semirreboques com registro de roubo, furto ou outras restrições no estado.

Ao todo, estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Cotia, Itapecerica da Serra e São Paulo. Entre os alvos estão duas empresas, além do suposto chefe do esquema, seus dois filhos e uma quarta pessoa.

A Justiça também determinou o sequestro e bloqueio de bens que somam R$ 5,8 milhões dos investigados.

“Nova identidade” para veículos roubados

De acordo com o Ministério Público, o esquema permitia que reboques e semirreboques de origem criminosa fossem recolocados no mercado como se fossem recém-fabricados, recebendo uma nova identidade documental.

Uma das empresas investigadas, localizada em Itapecerica da Serra, teria acesso regular aos números de chassi fornecidos pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para a fabricação de veículos próprios. Esses dados, segundo a investigação, eram usados de forma fraudulenta para “esquentar” veículos receptados, muitos deles com sinais evidentes de uso.

A fraude começou a ser descoberta após abordagens da Polícia Rodoviária Federal em cinco estados, que identificaram veículos registrados como novos, mas que apresentavam características de uso, fabricação antiga e indícios de outros fabricantes.

Crimes investigados

Até o momento, foram confirmadas 15 falsificações, mas os promotores acreditam que o número real seja bem maior. As investigações apontam ainda movimentação financeira incompatível com a renda declarada dos envolvidos, além de antecedentes criminais.

Segundo o Gaeco, os chassis e outros sinais identificadores dos veículos eram suprimidos, dificultando ou até impedindo a identificação da origem ilícita.

Os investigados poderão responder por receptação, adulteração de sinais identificadores de veículos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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