Ministério Público denuncia 20 pessoas por falsificação de bebidas em São Paulo

Entre os denunciados está o principal fornecedor de insumos usados na falsificação de bebidas no estado, segundo o governo paulista

Foto: Governo de SP

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou 20 pessoas — sendo 11 homens e nove mulheres — por envolvimento em um esquema de falsificação de bebidas alcoólicas no estado. O grupo foi preso em flagrante no dia 23 de setembro, durante operação conduzida pela Polícia Civil de Santo André, no ABC Paulista.

Segundo o MPSP, a investigação aponta que os suspeitos atuavam em conjunto na manipulação, engarrafamento e rotulagem irregular de bebidas que seriam distribuídas no comércio local. No galpão vistoriado, foram apreendidos garrafas, rótulos, tampas e equipamentos de produção e armazenamento, além de grande quantidade de bebidas adulteradas.

Apesar da gravidade da ação, não há comprovação de uso de metanol nas bebidas apreendidas. A operação ocorreu três dias antes do alerta emitido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que notificou os primeiros casos de contaminação por metanol em São Paulo.
 
“Clara divisão de tarefas”, diz promotor

O promotor Felipe Ribeiro Santa Fé, responsável pela denúncia, afirmou que havia “clara divisão de tarefas, demonstrando a estabilidade e permanência da associação criminosa”, o que reforça a gravidade das condutas e o risco de reincidência dos crimes.

De acordo com o governo paulista, entre os denunciados está o principal fornecedor de insumos usados na falsificação de bebidas no estado. Com as novas prisões, chega a 41 o número de pessoas detidas em 2025 por envolvimento em adulteração de bebidas alcoólicas em São Paulo.

O governo ressalta, no entanto, que as prisões não têm relação entre si e não há indícios de vínculo com o crime organizado.
 
Casos de intoxicação por metanol seguem em alta

O avanço das investigações ocorre em meio ao aumento dos casos de intoxicação por metanol no estado. Nesta segunda-feira (6), o governo paulista confirmou 14 casos e duas mortes. Outras 178 ocorrências estão em investigação, com sete óbitos suspeitos.

A Polícia Civil apura duas possíveis origens da contaminação: o uso do metanol para limpeza de garrafas reaproveitadas e a adição da substância para aumentar o volume das bebidas adulteradas.

Em todo o país, o Ministério da Saúde informou ter recebido 217 notificações de intoxicação por metanol, das quais 17 foram confirmadas e 200 seguem em análise.
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