Três décadas após o primeiro caso, o nome de Cotia ainda está ligado a uma das doenças mais temidas no Brasil
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Foto: Reprodução |
O vírus Sabiá, causador da febre hemorrágica brasileira e considerado de alta letalidade, tem suas origens ligadas à cidade de Cotia.
Foi em 1990, no bairro Sabiá, que o primeiro caso foi registrado: uma moradora contraiu a doença e morreu em poucas horas, com necrose hepática confirmada durante a autópsia.
Na época, o caso despertou a atenção da comunidade científica nacional e internacional.
Um virologista que analisava amostras do caso também acabou infectado, mas sobreviveu — o que contribuiu para que o vírus fosse identificado como uma nova espécie da família Arenaviridae.
Desde então, passou a ser chamado de “Sabiá”, em referência ao bairro onde surgiu.
VÍRUS REAPARECEU APÓS QUASE 30 ANOS
Apesar de raro, o vírus voltou a aparecer no estado de São Paulo quase três décadas depois. Em 2019, dois casos foram confirmados em cidades do interior — Assis e Eldorado —, ambos com desfecho fatal.
Os sintomas lembram outras doenças comuns no Brasil, como febre alta, dor muscular e sangramentos, o que pode dificultar o diagnóstico.
TRANSMISSÃO
Acredita-se que a transmissão ocorra por meio do contato com secreções de roedores silvestres infectados, especialmente através da inalação de partículas presentes em urina e fezes.
Não há, até hoje, evidência de transmissão direta entre humanos, nem vacina ou tratamento específico para a doença, o que faz com que o vírus seja classificado como de risco biológico nível 4, o mais alto existente.
Mais de 30 anos após o primeiro registro em Cotia, o nome do bairro segue marcado na história da ciência e da saúde pública brasileira, lembrando a importância da vigilância constante contra doenças raras, mas de grande impacto.