Suspeitos de participação na execução de ex-delegado-geral são identificados pela polícia

Dois homens ligados ao PCC foram apontados como envolvidos no crime em Praia Grande e seguem foragidos

Imagem: Polícia Civil 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) divulgou nesta quinta-feira (18) os nomes de dois suspeitos pela execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada na última segunda-feira (15), em Praia Grande (SP).

Os investigados são Flavio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva, conhecido como “Mascherano”, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, Mascherano exercia função de disciplina da facção criminosa na região do ABC Paulista. Ele possui histórico criminal por tráfico de drogas, roubo qualificado, corrupção de menores e receptação de veículos. Já foi preso duas vezes e permaneceu mais de seis anos detido, entre 2017 e 2023, quando passou ao regime aberto.

Derrite destacou que os dois suspeitos estavam presentes na cena do crime, mas ainda não é possível afirmar qual foi a participação de cada um na ação. “Ainda é cedo para apontar quais foram os papéis deles. O que se tem é que, após o trabalho pericial, eles estavam na cena do crime”, afirmou.

O crime

A execução de Ruy Ferraz Fontes ocorreu em Praia Grande e envolveu perseguição ao carro do ex-delegado-geral, que foi alvejado com mais de 20 tiros de fuzil. Os criminosos demonstraram conhecimento tático, usaram armamento pesado e incendiaram o carro de fuga após o ataque.

Câmeras de segurança registraram a ação. Fontes, que estava à frente da Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande, chegou a tentar escapar, mas perdeu o controle do veículo, bateu em um ônibus e capotou antes de ser alvejado.

Investigações

De acordo com Derrite, “não resta dúvida de que o PCC está envolvido” no crime. O secretário ressaltou que equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Seccional de Praia Grande trabalham em conjunto na investigação.

Menos de 24 horas após o atentado, outros dois envolvidos também foram identificados.

Nesta quarta (17), a polícia cumpriu oito mandados de busca em endereços ligados a Flávio e Felipe, mas eles não foram encontrados e seguem foragidos. Itens apreendidos durante a operação foram encaminhados para perícia e devem auxiliar na apuração.

Possíveis motivações

O atual delegado-geral de Polícia, Artur Dian, afirmou que duas linhas de investigação são consideradas: a atuação de Ruy Ferraz Fontes em grandes operações contra lideranças do crime organizado, ou sua atividade mais recente como secretário em Praia Grande, cargo no qual era responsável por autorizar contratos da prefeitura.

Reforço policial

A SSP informou ainda que houve reforço no policiamento ostensivo e que unidades especializadas da Polícia Civil, além do setor de inteligência da Polícia Militar, foram mobilizadas para identificar e responsabilizar todos os envolvidos na execução.
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