Jovens, lazer e conflitos: Professor de Cotia tem dissertação publicada pela USP | Neto Rossi

Dissertação de mestrado de Wesllen Souza procurou desvendar e analisar os caminhos percorridos na construção da sociabilidade e do lazer entre jovens moradores da periferia de Cotia; confira a entrevista que ele deu à Coluna

Wesllen Souza, 37. Foto: Arquivos pessoais 


O professor da rede estadual de Cotia, Wesllen Souza, 37, teve sua dissertação de mestrado publicada no site da Biblioteca Digital da Universidade de São Paulo (USP). O tema da dissertação é: Tirando um lazer: práticas, conflitos e sociabilidade de jovens moradores do bairro Matagal, na periferia de Cotia.

Wesllen é formado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. O mestrado ele fez pelo Departamento de Antropologia Social da universidade. 


Em resumo, o estudo é resultado de pesquisa etnográfica a respeito da construção da sociabilidade e do lazer entre jovens moradores das periferias de Cotia.

Wesllen procurou, na dissertação, desvendar e analisar os caminhos percorridos pela juventude na construção do lazer, como as práticas de lazer em torno de pontos centrais como o bar, o futebol e o baile, e a construção da sociabilidade entre eles.

À Coluna, o professor explicou que queria entender melhor a falta de espaços de lazer e o conflito que a presença de jovens periféricos gerava. Cita, como exemplo, o antigo Extra de Cotia, o Ginásio de Esportes e a Praça da Matriz, como espaços de disputa.

“O tema é tirar o lazer, porque na periferia as pessoas realmente tiram o lazer, elas não consomem. Então, o terreno baldio vira um campo, uma madeira velha vira um carrinho de rolimã, uma sacola vira rabiola e por aí, vai. A produção cultural na periferia é muito rica, por isso a deia de extrair, de tirar algo de algum lugar”, detalha.

Ele explica que toda relação entre a periferia e o poder público é conflituosa, pois existem entendimentos diferentes sobre o que é lazer. “Então, um banco de uma praça, para o transeunte, é um lugar para sentar, para o guarda civil, é um patrimônio, mas para o skatista, é um obstáculo. Então, essa visão diferente dos espaços na cidade acaba gerando um conflito.”

Wesllen compara, por exemplo, o lazer entre pessoas da periferia e da classe média. “Na periferia as pessoas tiram o lazer de onde não se tem. De onde menos se espera. Na periferia se constrói lazer, se tira lazer, se produz lazer. Diferente da classe média que compra e consome lazer, vai ao teatro, vai ao shopping, vai à galeria..”

Para ler a dissertação, clique AQUI.



Neto Rossi (@netorossi_1) é jornalista do Cotia e Cia e escreve nesta coluna
assuntos diversos sobre a cidade e a região.
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