Em Itapevi, 181 famílias continuam sem previsão de entrega de moradias populares

Segundo a prefeitura, conjunto habitacional não foi concluído ainda por problemas na instalação de uma rede de esgoto. Obras começaram em 2015, pararam em 2016 e foram retomadas em 2018; última previsão para conclusão era dezembro de 2020

Conjunto Habitacional Villágio Ambuitá. Foto: Reprodução / Prefeitura de Itapevi 

O último prazo dado pela Caixa Econômica Federal para finalizar as obras do conjunto habitacional Vilaggio Ambuitá, em Itapevi, era dezembro de 2020. Acontece que, segundo os moradores que seriam beneficiados com os apartamentos financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, está tudo parado. Ao todo, 181 famílias foram contempladas.

Segundo a Caixa, o empreendimento estava em fase de finalização, restando pendente a execução das ligações definitivas, em especial do esgotamento sanitário. Essa informação foi encaminhada ao jornal O Repórter Regional em setembro do ano passado. Só que deste tempo para cá, segundo Marcel Silva de Jesus, um dos beneficiados pelo programa de moradia, não há ninguém trabalhando no local. 

“Só tem seguranças lá. Não tem ninguém trabalhando. O local chegou a ser invadido. Só foi o que teve de movimentação até agora”, disse. 

Desempregado, Marcel foi obrigado a voltar para a casa de sua mãe porque não conseguiu mais pagar aluguel. Ele não esperava que iria aguardar por tanto tempo a entrega de seu apartamento. “O tempo que eu paguei de aluguel, foi o tempo que fiquei esperando esse apartamento sair”, comentou. 

A situação de Luana Aparecida Martins, que é mãe-solo, também é complicada. Contemplada pelo programa de moradia, que aguarda há seis anos, ela explica que seu pai teve que fazer um puxadinho de um cômodo para ela morar com um de seus três filhos. Os outros dois, tiveram que ir morar com o ex-companheiro. 

“Estou desempregada e não tenho condições de pagar aluguel. Desde quando saiu a contemplação dos apartamentos, eu fui morar de aluguel. Eles disseram que no máximo em dois anos as obras seriam concluídas. Nesse prazo eu ia conseguir pagar aluguel, estava trabalhando e tudo mais. Mas vai para seis anos que estamos esperando esses apartamentos”, disse. 

De acordo com os moradores, as obras do conjunto habitacional foram paralisadas devido a uma irregularidade com o terreno, que estaria comprometendo a construção. Mas a Prefeitura de Itapevi nega. 

Em nota enviada ao Cotia e Cia, a prefeitura explicou que as obras não foram concluídas porque carece de uma rede de esgoto que passará pelo terreno vizinho. Informou também que a proprietária teria negado essa possibilidade e o processo foi judicializado. 

“A perícia da Justiça já realizou uma vistoria no local e agora a Caixa Econômica Federal, que é o financiador junto com o governo federal, a construtora responsável pela obra e Sabesp aguardam a homologação do juiz, com a perícia realizada para implantação da rede de esgoto”, disse. 

Segundo a prefeitura, assim que liberada pelo juiz, os trabalhos serão retomados com instalação de redes de esgoto e energia, além do acabamento nas áreas comuns do condomínio. 

Procurada, a Caixa disse que assim que o problema com a ligação da rede de esgoto for resolvido, o prazo para a conclusão das obras será de aproximadamente cinco meses. 

SOBRE O CONJUNTO VILLÁGIO AMBUITÁ 

As obras do residencial Villágio Ambuitá, que vai atender 181 famílias de Itapevi, começaram a ser feitas em 2015, mas foram paralisadas cerca de um ano depois devido a “entraves processuais com a antiga construtora”, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação. 

De acordo com o Diário Oficial do município, do dia 17 de julho de 2018, a Caixa Econômica Federal licitou e contratou uma nova empresa para dar prosseguimento às obras. Na mesma época, o prefeito de Itapevi, Igor Soares, em vídeo veiculado em suas redes sociais, disse que foi à Brasília “e lutou muito” para que a obra pudesse ser concluída. 

“Estou aqui no canteiro de obras e dentro de um ano a construtora vai entregar as chaves para as mais de 180 famílias”, prometeu Igor em julho de 2018. 

Ao jornal O Repórter Regional, na ocasião, a prefeitura disse que estava “fazendo o possível para colaborar para entrega deste empreendimento imobiliário, que já se encontra com mais de 90% da obra executada”. 

As 181 unidades são financiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. Os imóveis não são gratuitos. De acordo om a Prefeitura de Itapevi, cada família beneficiada pagará um percentual proporcional à sua renda. 

Dos 181 apartamentos, 12 são destinados para idosos (3% do total das unidades entregues) e pessoas com deficiência (3%). Ainda segundo a prefeitura, o residencial contará com área de lazer e corredores com rampa de acessibilidade. 

Sorteadas desde 2015, as famílias que deverão ser beneficiadas têm renda conjunta de até R$1,8 mil e são residentes de Itapevi há pelo menos três anos. 

Reportagem de Neto Rossi 

(ESSA REPORTAGEM FOI ATUALIZADA ÀS 10H DO DIA 27/01/2021 COM O POSICIONAMENTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL) 

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