Projeto Verão: quando o emagrecimento rápido vira armadilha

Em novo texto da coluna ‘Nutrição Modo On’, Grazi Fernandes analisa os riscos das dietas rápidas e defende mudanças de hábitos sustentáveis






Nutrição Modo On, por Grazi Fernandes

As festas mais aguardadas do ano estão chegando e, neste fim de ciclo, cresce significativamente a procura por dietas e estratégias de emagrecimento rápido: o famoso “Projeto Verão”.

A motivação geralmente vem do desejo de se sentir melhor com o próprio corpo para as festas, fotos e registros, viagens, Natal e Ano Novo. Isso, por si só, não é algo negativo, pois pode ser o gatilho inicial para mudanças de hábitos, como maior atenção à alimentação, início da atividade física e mais autocuidado.

O problema surge quando o Projeto Verão dura apenas uma estação e o foco está no imediatismo, e não na saúde ou em uma mudança genuína de estilo de vida.

Dietas muito restritivas, cortes extremos de calorias ou soluções “milagrosas” podem gerar perda de massa muscular, queda de energia, alterações de humor e hormonais, efeito sanfona e uma relação ainda mais difícil com a comida - especialmente em um período repleto de confraternizações.

Pense bem: você se restringiu para alcançar um resultado rápido, certo? Mas como será seu comportamento no Natal, em meio a tantos alimentos palatáveis que provavelmente você evitou? Descontrole. E isso não é saudável. O processo, portanto, não foi inteligente para favorecer o controle e a moderação. O resultado costuma ser efeito rebote e frustração.

O corpo até pode mudar em poucas semanas, mas a conta geralmente chega depois: recuperação rápida do peso perdido, culpa ao comer nas festas e frustração por não conseguir sustentar o resultado.

É importante destacar que, a cada tentativa de perda de peso por meio de restrição alimentar drástica, seguida do reganho após o retorno aos hábitos anteriores, podem ocorrer prejuízos metabólicos. Isso dificulta novas tentativas de emagrecimento e compromete a resposta do organismo, gerando ainda mais frustração, muitas vezes criada pelo próprio processo adotado. Nesse cenário, o mais indicado é ter paciência e permanecer de forma consistente em um processo de melhoria, sempre acompanhado por profissionais capacitados.

Mais do que buscar um corpo para o fim do ano, o ideal é construir um plano possível, individualizado e realista, que respeite o momento atual, permita aproveitar as celebrações e gere resultados que sigam em janeiro, aliás, que permaneçam de janeiro a janeiro, e não apenas até o Réveillon.

Aproveite as festas, mas com moderação. Afinal, o Natal é apenas uma refeição, aquela refeição livre que todo acompanhamento nutricional bem estruturado permite.



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