Juiz de Cotia condena jornalista por chamar assessor de Bolsonaro de “nazista”

Durante uma sessão do Senado, Filipe Garcia Martins foi flagrado fazendo um sinal usado por integrantes do movimento da supremacia branca, mas ele nega, alegando que estava ajeitando o terno; confira a reportagem

O assessor internacional de Bolsonaro, Filipe Garcia Martins. Foto: Reprodução 


O juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, da 2ª Vara Cível de Cotia, condenou o jornalista Leonardo Attuch, fundador do site Brasil 247, a pagar uma indenização de R$ 15 mil a Filipe Garcia Martins, assessor internacional do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), por chamá-lo de “nazista” e “nazistinha” no Twitter.

A decisão também determina que o jornalista exclua os tuítes sob pena de uma multa diária de R$ 500. Attuch anunciou que vai recorrer.

Em março de 2021, durante uma sessão do Senado, Martins foi flagrado fazendo um sinal usado por integrantes do movimento da supremacia branca (o sinal reproduz as letras W e P, iniciais da expressão "white power" — do inglês, "poder branco"). O assessor alegou que estaria apenas ajeitando seu terno.

Já o Ministério Público Federal (MPF) entendeu o gesto como racismo e ele foi denunciado por este motivo.

Na primeira investida do juiz de Cotia, que determinou a exclusão do comentário do jornalista, o Supremo Tribunal Federal, no ano passado, suspendeu a ordem, reconhecendo a legitimidade da manifestação.

Quanto à imputação de racismo ao assessor, feita pelo MPF, a 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal o absolveu, pois considerou impossível presumir que o gesto teria alguma conotação relacionada a grupos extremistas.

O assessor de Bolsonaro alegou à Justiça paulista que Attuch teria induzido o público a crer na conotação supremacista do gesto. Isso teria gerado prejuízo à sua imagem pessoal e profissional. Martins ressaltou que possui ascendência judaica, o que tornaria o insulto ainda mais grave.

Em sua defesa, Attuch disse que sua crítica estaria incluída no direito de manifestação de pensamento e informação da imprensa. Também destacou não ter feito referência clara ao nome do autor.

Com informações do site Conjur
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