Vítimas de capotamento na Raposo relatam confusão e agressões à mulher

Reportagem do Cotia e Cia teve acesso aos depoimentos à polícia das pessoas envolvidas no acidente que ocorreu na quarta-feira (10), em Cotia; acusado de agressão, motorista nega e diz que vítima estava com rosto inchado devido ao capotamento do veículo

À esquerda: Murillo, acusado de agressão; à direita: Sheilla, vítima do acidente.


Uma mulher de 28 anos relatou à polícia que foi agredida após ter sido vítima de um acidente na rodovia Raposo Tavares, na região do Jd Sabiá, em Cotia, na noite desta quarta-feira (10).

Sheilla Santos Soares voltava de uma consulta médica, em Osasco, com seu marido e seus dois filhos deficientes. Ela disse que um dos carros, que disputava racha na rodovia, colidiu com seu veículo, que capotou após a batida. Apenas ela ficou com ferimentos leves.

Segundo Sheilla, quando ela retirava seus filhos de dentro do veículo, foi surpreendida por um homem, identificado pela Polícia Militar como Murillo Gagliardi Rolandi, de 37 anos, que começou a agredi-la com socos no rosto. Murillo nega as agressões (veja a versão dele no final da matéria).

De acordo com ela, Murillo e seu irmão, Diulio Gagliardi – que teria causado o acidente –, estavam embriagados, mas recusaram a fazer o teste de bafômetro.

Além da agressão física, Sheilla disse que Murillo ainda a chamou de ‘vagabunda, piranha e puta’, enquanto ela estava com um de seus filhos no colo. Murillo também nega os xingamentos.

“Ele [Murillo] chegou todo alterado, chutando o nosso carro, falando que a gente tinha causado o acidente e que a gente tinha acabado com o carro dele de R$ 130 mil. Eu fui pedir calma para ele com o bebê no colo e ele veio falando para eu calar a boca, me xingando de vagabunda, piranha e prostituta”, relatou Sheilla ao Cotia e Cia.

Foi neste momento mais acalorado da discussão que, segundo ela, foi agredida com um soco no rosto, enquanto segurava o bebê no colo. “Eu não tive nem como me defender.”

VERSÕES À POLÍCIA

À polícia, Diulio, irmão de Murillo, disse que transitava pela rodovia na faixa da esquerda quando um veículo Fiorino entrou rapidamente em sua frente, sem dar seta. Ele disse que tentou desviar e frear, mas não conseguiu. Foi neste momento que, segundo ele, veio a colidir com o carro de Sheilla.

Mas o condutor da Fiorino deu outra versão. Em seu depoimento, ele disse que transitava pela faixa da esquerda quando sentiu um impacto na traseira de seu carro, e que veio a se chocar contra uma mureta de concreto. Ao sair do carro, ele disse à polícia que ‘ouviu falar’ que Diulio estava tirando racha com outro veículo.

O marido de Sheilla, Vinícius Ricardo Chagas, confirmou à polícia que Murillo, irmão do condutor envolvido no acidente, agrediu sua esposa.

O QUE DIZ MURILLO

Ao Cotia e Cia, Murillo negou as agressões físicas e verbais. Ele apenas afirmou que mandou Sheilla ‘calar a boca’. Questionado sobre o rosto da vítima inchado, ele disse que estava assim devido ao acidente na rodovia.

“Eu estava lá no começo da descida. Vi o acidente com meu irmão, um carro entrou na frente dele e eles bateram. Aí eu desci do carro para saber o que tinha acontecido. Aí ela [Sheilla] começou a gritar e eu falei pra ela calar a boca. Mais nada”, relatou.

Murillo também nega que ele ou o irmão estavam disputando racha. Ele explicou que ele e a família comemoravam o aniversário de uma sobrinha no Shopping Granja Vianna e estavam voltando para casa. Na Raposo, Murillo disse que viu um outro veículo, encostado na traseira do carro de seu irmão, forçando a passagem.

“Eu estava vindo na moralzinha pela pista do meio. VI meu irmão passando pela pista da direita. Passou bem mais rápido que eu. Aí tinha um outro carro atrás dele, empurrando, na cola. De repente, eu só vi uma Fiorino branca que estava na pista do meio também entrando na faixa da esquerda com tudo. Foi quando meu irmão bateu com tudo nessa Fiorino. Foi quando os dois carros capotaram”, explica, detalhando que não sabe como o carro de Sheilla participou do acidente.

Murillo então conta que passou o acidente, parou o carro e desceu para ver o que tinha acontecido. “Foi apenas isso”.

Murillo também relata que ele e o irmão foram agredidos por outras pessoas que disseram que eles estavam tirando racha.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse que o caso foi registrado como lesão corporal, lesão corporal culposa na direção de veículo e injuria pela Delegacia de Cotia, que solicitou perícia ao Instituto Médico Legal (IML).

Reportagem: Neto Rossi 

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