Corregedoria apura denúncia de perseguição e assédio dentro da GCM de Cotia

Uma agente da corporação denunciou no Ministério Público e na Corregedoria um inspetor após se sentir perseguida e assediada por ele

Base da GCM de Cotia. Foto: Google Imagens 


A Corregedoria da Guarda Civil Municipal (GCM) de Cotia abriu uma sindicância disciplinar, no final de setembro, para investigar uma denúncia de perseguição e assédio dentro da corporação.

Segundo a denúncia, que foi encaminhada primeiramente ao Ministério Público, uma agente da GCM disse que foi perseguida e assediada por um inspetor da Guarda Civil, que é seu chefe.

Além de guarda, a agente tem formação na área de Engenharia Civil. Por ter conhecimento de sua formação, o inspetor pediu para que ela realizasse um projeto elétrico em sua residência. Mas, como não é um serviço de sua competência, a agente negou o serviço, mesmo após insistências de seu superior. A partir daí, ela relata as perseguições.

PERSEGUIÇÕES

De acordo com o depoimento da agente, o inspetor, após não ter sido atendido por ela, começou a dificultar suas dispensas e saídas médicas. Também a ameaçou colocar no bairro do Caputera, local conhecido como uma espécie de punição para os guardas civis.

No seu relato, a servidora da corporação disse que no réveillon de 2020 ela estaria de folga. No entanto, foi informada pelo inspetor que a escala havia mudado e ela teria que participar do rodízio do final de ano.

A GCM disse ainda que fez, em certa ocasião, um turno extra das 22h às 14h, mas teria saído sete minutos antes, já com outro agente no posto de serviço. Isso, segundo ela, fez com que o inspetor a criticasse para outros guardas civis, “dizendo que já tinha dado todas as chances para ela e que não a aguentava mais”.

No processo, a agente disse que desenvolveu crises de ansiedade, estresse e transtorno dissociativo, e teve que realizar acompanhamento psicológico. Ela ficou afastada do trabalho por 14 dias, sob atestado médico e, quando retornou, contraiu Covid-19, ficando afastada por mais duas semanas.

Pouco antes de retornar as atividades, ela entrou em contato com a administração da guarda para verificar sua escala, mas foi informada que não fazia mais parte do posto que ocupava na Central de Comunicações da corporação. A GCM então assumiu o patrulhamento de rua.

Ela solicitou então o relatório e não encontrou justificativas que a substituíssem de cargo, interpretando tratar-se de perseguição por parte de seu superior. A GCM então realizou uma representação com todas essas denúncias à Corregedoria da Guarda Civil Municipal para apurar a conduta do inspetor.

Cotia e Cia entrou em contato com a Corregedoria da GCM, mas não obteve retorno.

DENÚNCIA DE ASSÉDIO

Em outro relato, a GCM denuncia que foi assediada sexualmente pelo mesmo inspetor. O caso ocorreu em dezembro de 2019.

A GCM conta que realizou um serviço extra de segurança em uma igreja evangélica, cujo pastor é conhecido de seu superior.

Em mensagens de texto, ele disse que a vestimenta da agente não estava adequada. “Calça Kinor que deixa a galinha gostosa, calça grudada, deixou os irmãos em pecado. Você não vai pro céu”, escreveu.

Confira o print da mensagem abaixo:


Procurada, a Secretaria Municipal de Segurança Pública não se manifestou sobre o assunto até a conclusão desta reportagem.

Cotia e Cia solicitou também uma entrevista com o inspetor que está sendo denunciado pela agente, mas não recebemos resposta. Caso haja retorno, o espaço estará aberto para ouvi-lo. 

 

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