Após um ano em SP, família palestina luta para trazer parentes que ainda vivem em Gaza

Sem recursos, casal e dois filhos buscam apoio para garantir vistos humanitários e resgatar familiares que vivem em condições precárias na Faixa de Gaza

Parte da família de Mohamed permanece em Gaza. Foto: Arquivo pessoal 

Reportagem: Daniel Harzer
Edição: Neto Rossi

Refugiados em São Paulo há um ano, os palestinos Mohammed Adel Alsaqqua, 32 anos, e a esposa Taghreed Rabee, 29, junto dos filhos Saeed, 5, e Ivana, 2, respiram um pouco mais aliviados após deixarem a Faixa de Gaza. Taghreed é irmã do brasileiro Hasan Rabee, repatriado na primeira leva de cidadãos resgatados em novembro de 2023.

Antes da guerra, a família vivia em Khan Yunis, no sul de Gaza, onde Taghreed trabalhava como professora de inglês e Mohammed como marceneiro. Mas a ofensiva militar israelense destruiu a casa e forçou o casal e os filhos a fugirem.

Êxodo forçado

Em dezembro de 2023, eles deixaram a residência em Khan Yunis e passaram dois dias na casa dos pais de Taghreed. Com o avanço das tropas, seguiram para Rafah, onde chegaram a morar em uma garagem e depois em uma tenda improvisada, por cinco meses. Posteriormente, cruzaram a fronteira para o Egito, vivendo no Cairo por quatro meses até embarcarem para o Brasil.

Região de Khan Yunis após ataque do Exército Israelense. Foto: Reprodução


O drama continua

Apesar de estarem em segurança, o alívio ainda não é completo. Parte da família de Mohammed permanece em Gaza – a mãe, as irmãs, o irmão e a esposa dele, além de quatro crianças de 4 a 10 anos. Eles foram obrigados a deixar Rafah e atualmente sobrevivem em barracas improvisadas em uma praia de Gaza Ocidental.

“O local é inóspito, com areia fofa que dificulta até caminhar, ondas que podem arrastar as barracas e condições climáticas extremas”, relata Taghreed, ao Cotia e Cia. Além disso, não há água potável nem energia elétrica há dois anos.

Luta pelo visto humanitário

Taghreed e Mohammed tentam trazer os familiares ao Brasil por meio de visto humanitário, mas enfrentam barreiras financeiras e burocráticas. “Cada passaporte custa cerca de 200 dólares e cada passagem aérea chega a 1.500 dólares. Nossa família não tem como arcar com esses valores”, explica.

Outro obstáculo é o protocolo diplomático: o pedido deve ser feito junto à Embaixada do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, processo difícil de ser concluído sem apoio.

Como ajudar

Diante das dificuldades, Taghreed faz um apelo à solidariedade:

Meu cunhado e seus filhos pequenos vivem uma situação extremamente difícil em Gaza. Eles não têm acesso adequado a alimentos, água ou atendimento médico. Estamos fazendo uma campanha para trazê-los ao Brasil, onde possam viver com dignidade e paz. Qualquer valor pode salvar vidas. A solidariedade é o que nos torna verdadeiramente humanos

 
  

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