Além de bloquear o aparelho, os policiais podem auxiliar a vítima a identificar a localização em tempo real
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Foto: SSP |
A Polícia Militar de São Paulo começou a utilizar a ferramenta Google Localizador para bloquear e localizar celulares roubados. A parceria é uma nova tentativa de combater os roubos e furtos de aparelhos.
A novidade foi anunciada pelo Google no dia 10 de junho durante o Google for Brasil, evento da empresa americana voltado para o mercado brasileiro.
A funcionalidade será integrada aos Terminais Portáteis de Dados (TPDs) dos policiais, que poderão, durante o atendimento de ocorrências, bloquear remotamente aparelhos subtraídos — sempre a pedido da vítima, que deverá fornecer as informações necessárias.
Além de bloquear o aparelho, os policiais podem auxiliar a vítima a identificar a localização em tempo real, tocar um som para facilitar sua identificação ou, em último caso, apagar todos os dados. Todas as ações devem ser documentadas pelo agente.
O recurso, no entanto, não substitui a necessidade de registrar o Boletim de Ocorrência com o IMEI do aparelho, nem as etapas de investigação.
Como funciona o programa?
A partir do número de Identificação Internacional de Equipamento Móvel (Imei) dos aparelhos furtados ou roubados, a Polícia Civil realiza o cruzamento de informações dos boletins de ocorrência com os dados fornecidos pelas operadoras de telefonia. Com isso, é possível identificar os celulares que foram reativados por terceiros.
O sistema emite um alerta para o celular alvo com uma intimação. A pessoa que está em posse do aparelho e que adquiriu, sem conhecimento do crime, é convocada para comparecer à delegacia e prestar informações. Ela tem a opção de devolver o celular e colaborar com a investigação como testemunha. Caso contrário, ela poderá responder pelo crime de receptação a depender da análise do caso.
“O mais importante de tudo é que a vítima, de roubo ou furto de celular, registre o boletim de ocorrência e forneça número de Imei, assim conseguimos identificar e localizar os aparelhos”, explicou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Projeto em fase de expansão para o estado
Até o momento, o projeto foi realizado nos 78º, 13º e 14º Distritos Policiais da capital paulista e nos 1º DP, de São Bernardo do Campo, e 1º DP, de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Ao todo, 824 notificações foram encaminhadas, 273 pessoas compareceram às unidades policiais e 142 celulares foram apreendidos na capital paulista.
O projeto de recuperação de celulares no âmbito do SP Mobile está em fase de expansão e será implementado integralmente para todo estado de São Paulo até o final de 2025.
A ação teve como objetivo recuperar celulares com restrição criminal que voltaram a ser ativados. A maioria das pessoas notificadas afirmaram ter adquirido os celulares por meio de compra em estabelecimentos ou outras pessoas, sem saber da procedência ilícita.
De acordo com o delegado Alexandre Dias, titular do 78º DP, onde o projeto piloto foi iniciado, a adesão da população foi positiva. “Todos os usuários que compareceram foram colaborativos e manifestaram interesse em ajudar nas investigações”, afirmou.
“Essas pessoas não são tratadas como suspeitas. Pelo contrário, são orientadas a procurar o Procon para tentar recuperar o prejuízo, e nos ajudam fornecendo informações que podem levar aos verdadeiros responsáveis pela receptação ou venda dos aparelhos”, explicou o delegado.