Operação mira núcleo de lavagem de dinheiro do PCC; três são presos

Autoridades ainda apreenderam armas e munições, além de R$ 65,6 mil, mais de 2 mil euros, 4 mil dólares e 9 mil pesos argentinos

Foto: Reprodução / MPSP

Uma operação do Ministério Público com o apoio da Polícia Militar prendeu nesta terça-feira (12) dois suspeitos de serem operadores financeiros em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo.

Também foram cumpridos mais de 20 mandados de busca e apreensão na Baixada Santista, capital paulista e Bahia.

Esses e outros números foram detalhados durante entrevista coletiva concedida à imprensa na tarde de ontem pelo procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, e pelos promotores Lincoln Gakiya e Fabio Bechara, ambos do GAECO, na companhia de representantes da Polícia Militar.

De acordo com Sarrubbo, as autoridades apreenderam armas e munições, além de R$ 65.629, mais de 2 mil euros, 4 mil dólares, 9 mil pesos argentinos, 35 relógios, celulares, notebooks, pen drives e farta documentação. "Obviamente, o interesse das investigações é por contas bancárias, cartões e escriturações de imóveis", afirmou Sarrubbo.

Com a primeira etapa concluída em setembro de 2020, a Operação Sharks teve início a partir de investigações conduzidas com o cruzamento de múltiplos dados, mirando integrantes dos principais escalões da organização.

Segundo Gakiya, a organização criminosa enviou ao exterior cerca de R$ 1,2 bilhão e a segunda fase da Operação Sharks mira justamente na asfixia financeira do grupo.

"Estamos atacando o patrimônio de núcleos formados por dois líderes: Marcos Roberto de Almeida ('Tuta') e Odair Mazzi ('Dezinho'). Só esses eixos movimentaram em certo período mais de R$ 100 milhões. Com os mandados cumpridos hoje, verificaremos a questão do sequestro de imóveis e bens de luxo, como joias e relógios", explicou.

Só em relógios, um dos investigados possuía o equivalente a R$ 2 milhões. O promotor acrescentou que denúncia relativa à operação deve ser oferecida à Justiça nos próximos dias.

Para Bechara, os grandes desafios para fazer frente à lavagem de bens promovida pela organização criminosa estão ligados à fragilidade dos sistemas para abertura e alteração de empresas e também quanto à fiscalização dos documentos públicos e particulares. "Isso traz uma grande facilidade para que essas transações de lavagem de dinheiro aconteçam de forma muito diluída e capilarizada".

 

 

 

 

 

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