Moradora cobra respostas da Prefeitura de Cotia por ter paralisado obras iniciadas em 2018

Secretaria de Obras fez visita técnica no local, iniciou as obras e paralisou duas semanas depois; secretário chegou a dizer que faltou concreto, mas em novembro de 2021 a justificativa foi outra. Entenda essa história na reportagem abaixo

Foto tirada por Kelly no início das obras em 2018


Em 2018, a moradora de Cotia e ativista social, Kelly Regina, fez uma solicitação para que a Secretaria Municipal de Obras executasse a construção de calçadas de passeio de pedestres no Jardim Ísis.

Após a visita técnica de um engenheiro da secretaria, as obras iniciaram, devido a importância em relação à segurança dos moradores que passam pelo local.

Obra parou duas semanas depois, sem justificativa. Foto: Kelly Regina


Acontece que, duas semanas depois, as obras simplesmente pararam, sem justificativa por parte da secretaria.

Kelly, por sua vez, protocolou um processo na Prefeitura de Cotia no mesmo ano, providenciando explicações, mas ele foi arquivado.

Solicitação para a execução do serviço acabou sendo arquivada pela Secretaria


Em 2019, ela abriu novamente um processo, fazendo com que o secretário de Obras, Rodrigo Dantas, enviasse outra vez funcionários para realizar uma vistoria técnica no local das obras. Mas desta vistoria, segundo Kelly, nada foi lhe comunicado.

“Eu não fui mais atendida por haver a questão de, na época, eu fazer parte da direção do PT. Diziam que não me atendiam por eu ser de oposição e que me atendendo eles estariam fortalecendo uma oposicionista”, relata.

Kelly continuou insistindo para ter uma resposta do secretário Dantas. E teve. Em uma mensagem de texto enviada para a moradora, o chefe da pasta argumentou que o motivo da paralisação era em razão da falta de concreto para continuar a obra. E ficou por isso.

Mensagem de texto do secretário Rodrigo Dantas enviada a Kelly Regina


Mas a moradora não recuou e, após o estranhamento da mensagem, partiu para o Ministério Público, onde abriu um requerimento.

Processo no Ministério Público


O MP notificou a secretaria cobrando uma resposta, que veio com outras explicações. Segundo o diretor Administrativo da Secretaria de Obras, Ronaldo Luís Pinto, o local não era mais viável para fazer a construção das calçadas devido a alguns problemas, conforme relata.

“Levantamento realizado pelo Departamento de Engenharia constatou inviabilidade de construção de calçadas no local. De um lado, trata-se de um barranco de aproximadamente 5 metros de altura, fundos de uma área particular. Do outro lado, após um ponto de ônibus, existe um talude de aproximadamente 4 metros de altura entre a rua Lamartine Babo e a Estrada do Morro Grande, havendo a necessidade de construção de um muro de arrimo para depois uma possível implantação de calçada. Porém, com a construção desse muro, poderia provocar problemas de segurança aos que se locomovem pela estrada e querem acessar a rua Lamartine Babo”, justificou Ronaldo, dizendo que "o assunto já foi alvo de várias respostas para a Ouvidoria através de outros processos que se encontram arquivados na Secretaria de Assuntos Jurídicos". 

A justificativa de Ronaldo ao Ministério Público aconteceu em novembro de 2021.

Resposta do diretor Ronaldo Pinto ao MP



OUTRO LADO

Cotia e Cia entrou em contato com a Secretaria de Obras através da assessoria de imprensa da Prefeitura na tarde desta quarta-feira (19). 

A reportagem encaminhou algumas questões referentes ao tema. Seguem abaixo:

- Em 2018, antes de iniciar as obras das calçadas, um engenheiro da Secretaria de Obras fez uma visita técnica no local e constatou a importância de ser feito o serviço. Mas a obra paralisou duas semanas depois porque o local era inviável. Como um engenheiro dá o aval para iniciar as obras e somente depois a secretaria constata que o local era inviável?

- O secretário de Obras alegou, em 2020, que não havia concreto para continuar as obras. Isso é verdade? Mas por que então, quase um ano depois, as justificativas foram outras e a falta de concreto sequer foi mencionada ao MP?

- A última questão: quanto foi gasto nesta obra que iniciou e parou logo na sequência? Há a possibilidade de a obra retornar?

No entanto, as respostas não vieram dentro do prazo estipulado. Mas o espaço continua aberto para a Secretaria de Obras se posicionar.

 

 

 

Postagem Anterior Próxima Postagem