Grafite, a manifestação artística que pode ser apreciada em grandes e pequenas cidades

O que o centro de São Paulo e o Cotia tem em comum? Grafite.

O grafite é uma forma de manifestação artística em paredes e espaços públicos, porém isso vem mudando ao longo dos anos. Hoje, muitos grafiteiros trabalham profissionalmente oferecendo seu talento para espaços particulares, como muros de residências e até mesmo muros de empresas.

A história do grafite começou por volta de 1970 nos Estados Unidos. No início era uma brincadeira de jovens que pintavam as paredes da cidade, mas com o tempo as técnicas evoluíram e a prática foi “profissionalizada”. Um exemplo de grafite como era em sua essência pode ser verificado em São Paulo, a maior metrópole da América.

Grafite na estação do Metrô Paulista em São Paulo –SP (Foto: Rudney Oliveira Albuquerque)

Em São Paulo especificamente muitas polêmicas se envolvem quando se fala no grafite. O mais recente deles foi a ação da prefeitura que apagou vários grafites da região central da cidade. 

Para comentar sobre grafite conversamos com o funcionário público e grafiteiro José Teodoro, mais conhecido como Zhé, que trabalha na região de Caucaia do Alto em Cotia, na grande São Paulo. 

Sobre as polêmicas ações da prefeitura de São Paulo, ele comenta ser uma falta de respeito: “Falta de respeito com os artistas, mas a arte sobrevive com ou sem aval de hipócritas e ignorantes, que se dizem entendedores”. 

Uma outra vertente dessa arte que vem ganhando força nos últimos anos é o artista que se profissionalizou e oferece seus serviços para moradores ou empresas. Não é raro encontrar um muro com arte, muitas das vezes é o próprio morador que contrata um grafiteiro para que use seu muro como tela artística. 

Alguns moradores alegam que fazem isso porque inibe o vandalismo “Antes do muro ser pintado havia muito vandalismo em meu muro, após a pintura isso não ocorreu mais” disse o morador de Cotia, Eduardo Batista. 

Apesar disso, existe um respeito entre pichadores e grafiteiros, “Na rua existe um certo código de conduta para a sobrevivência de ambas formas de expressão e respeito faz parte dessa conduta” explica Zhé. 

O grafite nos casos de áreas particulares com consentimento do morador tem um preço, mas não existe um padrão determinado para cobrança, muitos grafiteiros aceitam como uma missão: “Cada artista tem que saber o valor de sua obra. Também tenho que ressaltar que muitas das vezes o grafiteiro faz trabalhos com recursos próprios, apenas pelo prazer de poder se expressar“ diz. 

O interesse de José Teodoro pelo grafite começou na década de 90, “Comecei a me interessar pelo grafite no final dos anos 90, início dos anos 2000, quando tive contato com a Cultura Hip Hop, e como desde a infância gostava de desenhar, foi natural a vontade de me aventurar nessa arte”.

Arte feita em Cotia, SP pelo grafiteiro Zhé e o grupo 6éLoko Crew (Foto: José Teodoro)

Você sabia?

Existe algumas nomenclaturas que os grafiteiros usam para categorizá-los, por exemplo o grafiteiro Bite imita o estilo de outro grafiteiro, o crew é quando um conjunto de grafiteiros se reúnem para pintar ao mesmo tempo, tag é assinatura, Toy o grafiteiro iniciante e Spot o local onde é praticado o grafitismo.
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