Através de pesquisa divulgada no mês passado pelo IBGE – (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou-se que de toda produção de latas de alumínio, utilizadas para os mais variados tipos de bebidas, 92% delas são recolhidas e encaminhadas para a reciclagem. E não para por aí. Com 55% vêm às embalagens PET, acompanhadas pelo vidro em 47%, latas de aço com 46% e papel com 43%. Finalmente, e talvez por ter sido o último material a ser colhido para reciclagem, mas não menos importante e até por que se encontra em franco processo de crescimento, temos as embalagens de leite longa vida, sucos etc. com 26%.
O Brasil é um dos maiores países do mundo (se não o maior) na reciclagem do alumínio, acima inclusive de países como Estados Unidos (54,2%), Japão (87,3%), mas caiu em 2008 em relação a 2007, quando o índice atingiu o pico de 96,5%. Mesmo assim, o percentual ainda é alto e reflete o valor de mercado da sucata de alumínio, uma das mais bem pagas pelo mercado.
De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) uma tonelada de latinhas (1 quilo equivale a 75 latinhas) custava R$ 2,780 mil no ano passado. Assim sendo, o papel, o vidro, a resina PET, as latas de aço, as embalagens longa vida, de mais baixo valor no mercado, apresentam índices de reciclagem bem menores. O relatório cita ainda que a separação de materiais ainda é associada à imagem do catador, normalmente uma pessoa pobre ou desempregada, e não foi incorporada na rotina do brasileiro.
Vale lembrar um estudo para os próximos anos, o estabelecimento de preços mínimos para os materiais, além dos avanços das leis e educação ambientais, da coleta seletiva, o percentual de reciclagem possa aumentar para todos os materiais. Como fator de estímulo à prática, a pesquisa destaca que a reciclagem reduz o consumo de energia e a extração de matérias-primas, evitando a emissão de mais gases de efeito estufa. As embalagens Tetra Park (empresa de processamento e envase de alimentos), em especial, diminuem a emissão de ozônio, porque dispensam refrigeração.
Assim, mais que nunca, é preciso que a sociedade de uma maneira geral, seja pelo poder público, seja através do meio empresarial, pense e se organize com o objetivo de criar cooperativas de catadores/coletores para que aos poucos, mas de maneira progressiva, possamos produzir cada vez menos “lixo”. Tudo que faço ao planeta, retorna! Eu, você, o planeta... Somos todos UM!!
Wilson Santana - Jornalista e Educador Ambiental