Artigo: O Empreendedorismo e a Ilusão do Iceberg


Estamos vivendo uma era em que as palavras chaves do Empreendedorismo, persistência, resiliência, estudo e trabalho foram substituídas apenas pela “motivação”. Hoje em dia fazem sucesso entre os aspirantes à empresários os escritores e palestrantes que dizem “...vai lá você consegue!”, ou “...se fulano conseguiu ter sucesso, você também pode!”, ou ainda “...você pode ser um empresário de sucesso só depende de você!” Bem, motivação é importante mas nada substituirá e será mais útil do que a persistência, a resiliência, o estudo e o trabalho, nos últimos anos em que tenho trabalhado com empreendedores percebi que os gurus puramente motivacionais têm levado cada vez mais gente a “colidir com o iceberg”. Explico, as pessoas assistem palestras, veem vídeos ou leem livros e ficam radiantes, motivadas e infladas de esperança para colocar suas ideias em prática, mas acabam se decepcionando e jogando a toalha quando percebem que ninguém os alertou sobre o tamanho do iceberg, quando ele só via a ponta, ninguém o preparou para a burocracia, a legalização, os impostos dentre outras coisas. 

O que me motivou a escrever este artigo foi uma situação no mínimo inusitada que aconteceu em meu escritório dias atrás, imaginem a cena: “um empresário entrou esbravejando dizendo que um cliente dele exigiu uma nota fiscal e ele não quer pagar imposto, senão acabaria pagando para trabalhar!” – nas palavras dele - ...apesar de eu ter usado a palavra “inusitado” para qualificar o episódio, vemos que situações como estas não são tão incomuns, motivado pelo sonho de ter um negócio próprio e surfar na onda do sucesso, os empresários muitas vezes desprezam os obstáculos e dificuldades que podem surgir. Vejo que hoje em dia muitas pessoas resolvem abrir um negócio próprio pelos motivos errados, muitos querem ser seu próprio patrão, para estes tenho uma novidade vão ter o patrão mais exigente que existe o “cliente”, outros querem ganhar muito dinheiro e fazer o seu salário mas ignoram que muitas empresas só começam a dar lucros à partir do segundo ano de existência. Na verdade, em meu modo de ver, os melhores motivos para se abrir um negócio próprio seriam: atender uma necessidade do mercado, quebrar o paradigma do emprego seguro e por fim uma satisfação pessoal, sem desprezar, é claro, aqueles que foram empurrados para isso pelo desemprego e a falta de recolocação, mais aí não é motivo é necessidade. 

Cada vez os novos empresários se deixam enganar pela “Ilusão do Iceberg”, segundo esta expressão levamos em conta apenas o que está visível, ignorando totalmente o esforço, as dificuldades e as obrigações que devemos cumprir para finalmente quando possível atingir o sucesso vislumbrado. No dia-a-dia atendemos muitas pessoas que sonham em ter o negócio próprio e que se surpreendem quando confrontamos seus sonhos com a realidade, aliás, eu costumo fazer uso de uma analogia um pouco exagerada, mas que tem se mostrado bastante eficaz para ilustrar o que é ser dono de uma empresa, eu costumo dizer que ter uma empresa é como ter um filho, ou seja, nasceu você tem que cuidar e envolve responsabilidades, obrigações, dedicação e muito trabalho. Enfim, quando decidimos empreender é preciso ampliar o nosso campo de visão para não correr o risco de ignorar a burocracia, as obrigações legais, as obrigações fiscais e as dificuldades que envolvem qualquer empreendimento, é preciso entender claramente que quando vemos um negócio de sucesso, uma empresa lucrativa abaixo dela existe uma sólida base construída com muito esforço, organização e trabalho. Não caia na “Ilusão do Iceberg”, lembre-se que para se chegar ao topo deve-se iniciar a subida pela base e que em todo empreendimento, no início as dificuldades dão o tom! 

 *Publieditorial

Sobre o autor


Denilson Moura
Sou Administrador de Empresas e Técnico em Contabilidade, trabalhei por 12 anos na área de Logística e atualmente sou sócio do escritório Veiga & Moura Contabilidade Empresarial.

…acredito que tão importante quanto estudar uma ciência, é ter a oportunidade de aplicá-la e com base na experiência ajudar a desenvolve-la.”

Denilson de Sousa Moura

denilson.moura@veigaemoura.com.br
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