Coordenação PA Atalaia envia nota sobre caso de Mellyssa; criança está internada em estado grave

Coordenação Médica do Pronto Atendimento Atalaia lamentou o caso e disse que paciente recebeu o atendimento digno e respeitoso.





O Cotia e Cia contou a história de Jean Nacimento que tem uma filha de 2 meses que está internada no hospital de Itapevi em estado grave (veja o caso completo aqui), o site Cotia e Cia entrou em contato com a secretaria da saúde do município de Cotia que encaminhou o caso a coordenação do PA do Atalaia que atendeu Mellyssa e deu alta logo após atendimento.
A coordenação do Posto de Atendimento do Atalaia enviou uma nota de resposta aos questionamentos do Jean e também do Cotia e Cia, veja na íntegra abaixo.

Cotia, 12/05/2014

Em função da matéria veiculada nas redes sociais e no Cotia e Cia, A Coordenação Médica do Pronto Atendimento Atalaia esclarece:

Faremos um breve resumo sobre a doença em questão, seguido da associação com o quadro clinico manifestado pela criança:

    A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção de vias aéreas inferiores mais frequente nos dois primeiros anos de vida. o principal agente causador é o vírus sincicial respiratório (VSR).

    A BVA é uma doença de evolução benigna na maioria das crianças. Entretanto 0,5% a 2% necessitam de hospitalização, dos quais 15% precisam de cuidados em UTI, e destes, apenas 3 a 8% necessitam de ventilação mecânica.

    O diagnóstico da bronquiolite viral aguda é clínico. A doença acomete de preferência os lactentes no primeiro ano de vida. Os sinais e sintomas mais encontrados são: coriza, tosse, chiado no peito, frequência respiratória aumentada (maior que 60 respirações por minuto), febre e aumento do esforço respiratório. Encontramos em 86% dos pacientes a radiografia do tórax normal ou com alterações típicas de bronquiolite que não interferem no tratamento. O hemograma também é inespecífico. Alguns especialistas têm, inclusive, recomendado que estes exames complementares não sejam realizados rotineiramente para o diagnóstico desta doença e que devam ser reservados apenas para situações de evolução complicada.

    A hipóxia (diminuição do oxigênio no sangue) é um dos sinais evidentes de gravidade. A cianose (coloração azul-arroxeada da pele) está fortemente correlacionada com saturação de oxigênio inferior a 90%, constituindo um sinal preocupante.

    A apneia (suspensão da respiração) pode ser o único sinal de BVA, especialmente em crianças com idade inferior a dois meses. Crianças que apresentam apneias recorrentes frequentemente necessitam de ventilação mecânica.

    A maioria das bronquiolites agudas são leves e não necessitam de tratamento específico, devendo retornar ao médico se a criança apresentar algum sinal de gravidade, como: 1) agravamento da dificuldade respiratória; 2)  Cor azulada ou pálida da pele, lábios e unhas; 3) Vômitos ou dificuldade em alimentar-se; 4) Alteração do estado geral, com prostração ou febre elevada.

    Após a apresentação da doença, observamos que o quadro clínico da paciente M.G.N., 47 dias, descrito na ficha de atendimento da mesma pelos colegas médicos, elucida um quadro típico de bronquiolite, uma doença viral. A criança não apresentava nenhum dos sinais de gravidade acima exposto, NO MOMENTO DA CONSULTA.

ü  Saturação de oxigênio 96% na admissão e 98% na alta;

ü  Frequência respiratória: 52irpm na admissão;

ü  Sem febre;

ü  Sem prostração.

    Desta forma, após avaliação clínica e radiográfica, a criança foi liberada com medicações para tratamento domiciliar da bronquiolite e a mãe foi orientada a retornar ao médico em caso de piora do estado da sua filha, o que é infrequente, porém esperado para esta doença, segundo literatura médica.

    Infelizmente, na medicina, nem sempre podemos prever a evolução das doenças e, por isso, as possíveis complicações são ditas ao final das consultas, com a orientação do retorno quando necessário.

    Sentimos muito pelo agravamento da criança e temos a certeza de que a mesma recebeu o atendimento digno e respeitoso, que é de merecimento de todos. Colocamo-nos à disposição de toda a população com a intenção de socorrer sempre e da melhor forma possível.

Coordenação Médica do Pronto Atendimento Atalaia

Apesar da nota de esclarecimento dada pela coordenação médica do PA do Atalaia o pai de Mellyssa questiona as informações prestadas na nota, "quero muito saber como eles tem estes resultados de frequência cardíaca, saturação, frequência respiratória e febre sendo que nem mesmo colocaram as mãos nela, pediram apenas um raio X que não mostra saturação, se tivessem pedido um exame de sangue, viriam que os Leucócitos dela estavam alterados para 17 e saberia que ela já estava grave, ela estava sim com a boca e ponta das unhas roxeadas, não colocaram termômetro nela, como o médico conseguiu saber da febre?" Questiona o pai.
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