Moradores de Cotia apelidam via onde corpo de Matsunaga foi encontrado de “estrada do japonês”

Estrada_Pires_450_338No final da semana passada, em frente à Prefeitura de Cotia, na Grande São Paulo, um grupo de homens conversava em voz alta. O bate-papo se transformou em silêncio quando eles foram questionados sobre onde fica a estrada dos Pires. Após alguns segundos mudos, um deles se manifesta, como se tivesse feito uma varredura bem-sucedida na memória.

— Ah. É a estrada do japonês! Onde a mulher jogou as partes do corpo!

A poucos metros dali, o frentista Marcos Fantili teve reação semelhante. Ele disse que só se relembrou da estrada porque viu na TV reportagens sobre o caso do empresário assassinado Marcos Matsunaga. Até a última quinta-feira (14), ele havia ido apenas uma vez “na estrada do Yoki”, como ele se refere à via, “para entregar uma marmita”.

A estrada usada por Elize para descartar o corpo do marido tem cerca de 3 km. Para percorrê-los, é preciso paciência e “jogo de cintura” ao volante. A via é bastante estreita. Por isso, em alguns pontos, dois carros não conseguem passar ao mesmo tempo. Ali, não há pavimentação e as pedras no meio do caminho obrigam o motorista a reduzir a velocidade e dirigir em zigue-zague. Vacas também surgem para atrasar a passagem.

Durante a noite, é um completo breu. Não há postes de eletricidade em boa parte da via. Se os faróis do carro não foram ligados na potência máxima, enxergar um metro à frente é praticamente impossível. Há mais latidos de cachorros do que vozes de pessoas. Um desses animais avisa a moradora de uma casa que há estranhos no pedaço.

Maria Cristina, que não quis dar seu sobrenome, mora em um casebre sem muros na beira da estrada dos Pires. Ela recebe com certa impaciência a reportagem e diz que depois “dessa história toda do japonês, “um monte de gente vem atrás” para especular se mais alguém sabe de alguma coisa.

— O movimento daqui é tranquilo assim [como o presenciado na quinta-feira (14)]. Mas dias depois que apareceu na TV [o caso Matsunaga], isso virou uma bagunça. Aposto que tem gente que só passa por aqui para ver o lugar onde a mulher jogou o corpo do marido. [palavrão] Fazer tudo isso e ainda jogar pedaço de corpo na rua dos outros;

O caso

Segundo o depoimento na polícia, Elize Matsunaga matou o marido em meio a uma discussão por ciúmes. Depois de atirar na cabeça de Marcos, ela teria levado o corpo para um quarto de hóspede, onde ele ficou por dez horas. Depois, a mulher o teria esquartejado e distribuído seus pedaços em três malas. Os restos do empresário foram abandonados na estrada dos Pires, em Cotia, na Grande São Paulo.




Da R7
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